07/06/2016

Au Pair – vergonha de ser babá?

Preconceito: substantivo masculino 1. qualquer opinião ou sentimento concebido sem exame crítico. 2. sentimento hostil, assumido em consequência da generalização apressada de uma experiência pessoal ou imposta pelo meio; intolerância.

Esse mês eu decidi falar de um assunto que vem me cercando há algum tempo. No auge dos meus 24 aninhos de idade, já formada em faculdade, me vi ainda meio instável diante de algumas decisões e conquistas na vida. E resolvi postar algo assim aqui no blog porque eu tenho certeza que muita gente se identifica com isso.

A cobrança por aceitação é uma realidade que a maioria de nós vive. É um desespero para ter tudo resolvido ou encaminhado o quanto antes. Para decidir a carreira que queremos pra vida toda aos 17 anos de idade diante de um vestibular. E quem é que tem a cabeça formada aos 17? Ainda é mal visto aquele que tranca curso em faculdade, aquele que não tem carro, que não tem um emprego em uma multi-nacional ou até mesmo – pasmem – aquele que ainda está solteiro ou não demonstra querer uma vida tradicional de casamento e filhos. E pior ainda, MUITOS de nós são assim, não é raro, mas da mesma forma esse preconceito rola solto! E, alô, a aceitação externa é mais importante que a aceitação pessoal?

Acho que a maioria já sabe disso, não vim falar apenas mais do mesmo. Mas sinto que essa cobrança por aceitação social é algo que afeta diretamente as vidas de pessoas na nossa faixa etária, 18 aos 26, a idade permitida para participação no programa Au Pair. Eu mesma me flagrei preconceituosa quando ao me perguntarem sobre meu intercâmbio eu enrolar de todas as formas possíveis para assumir: estou indo ser babá. Mas essa é minha realidade hoje, goste quem gostar, essas coisas fazem parte do processo de crescimento de todo mundo!


Sabe, no final das contas tudo é da forma como você encara as coisas. Não há certo ou errado – exceto se for pra ser desonesto, aí há errado sim, viu? Então sim, o clichê é real: todo trabalho honesto é um bom trabalho. O caixa do McDonald’s, a faxineira do hipermercado, o empacotador, o gari, a babá! Entre tantos outros empregos que exigem menor grau de estudo, todos são válidos e merecem todo o nosso respeito.

Muitas vezes esses tipos de emprego não são surpresa para a sociedade quando se trata de pessoas com menor grau de instrução, ou que vieram de outras partes mais humildes do país, etc. As pessoas não esperam muita coisa deles, como se não fossem capazes ou não merecessem. Mas quando se trata de alguém com formação universitária, que fala dois idiomas ou mais, ser babá é um absurdo. Então amigos, atenção, esse post é pra dizer que depende da nossa postura mostrar que todo trabalho é um bom trabalho, que sempre nos abre para oportunidades e aprendizado, que nunca deve ser desvalorizado ou menosprezado. Que não devemos ter vergonha, que também é uma escolha nossa e que nos reservamos o direito de viver nossas fases e tirar o melhor proveito delas, sejam elas quais forem.

Como é ser Au Pair na prática eu ainda não sei. O que eu sei é que o mais importante é a determinação para fazer desse momento algo especial e positivamente marcante. É estar consciente das possíveis dificuldades e desafios, encarar tudo com coragem para assumir as consequências dessa escolha, para amadurecer e respeitar o próprio espaço e até mesmo com a mente aberta a aceitar que às vezes desistir faz parte.

Então, meus amigos, vergonha é roubar, é trapacear, cometer crimes, vergonha é se omitir, é mentir, é ser preguiçoso, é ser covarde! Ser babá não é vergonha e ser Au Pair é muito mais que isso, é pra gente forte, gente determinada, gente corajosa!

Foco, coragem e uma viagem incrível para você!


Roberta Izzo

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